Palhaços-voluntários convocam ‘padrinhos’ para crianças e idosos carentes e pedem doações para as festas em hospitais, asilos, creches e comunidades
Este ano, o verdadeiro espírito natalino pode estar em um simples nariz de palhaço! É o que os voluntários da Clínica da Alegria esperam levar a quase 500 crianças e idosos internados ou assistidos em hospitais, asilos e creches e em comunidades carentes do Rio de Janeiro, Niterói e Região Metropolitana. O grupo, formado por estudantes e profissionais de diversas áreas que se vestem de palhaços para levar sorrisos e solidariedade o ano inteiro em diversos lugares, está com uma programação festiva neste mês de dezembro.
A primeira visita será dia 3, na Casa de Repouso Aconchego, em Niterói, onde estão abrigados 38 velhinhos. No dia 4, é a vez da Comunidade Fazenda Botafogo, no Rio de Janeiro, onde são atendidas em média 70 crianças. Dia 10, o grupo estará na Casa de Repouso Santo Cristo, em São Gonçalo, onde vivem 185 idosos. No dia 16, acontece a já tradicional festa de Natal para cerca de 100 crianças portadoras do vírus HIV que recebem atendimento ambulatorial no Hospital Antônio Pedro, em Niterói. No dia 17, é a vez do também tradicional lanche de Natal no Lar da Tia Beth, creche social em em Del Castilho, zona norte carioca, que conta atualmente com 62 crianças. Ainda falta confirmar a data da visita ao Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho), em Niteroi.
Além de muitos sorrisos e palhaçadas, o grupo distribui presentes para crianças e idosos, transformando a visita em uma grande festa. Mas para isso, a Clínica precisa de doações. Para os hospitais, são necessárias fraldas, roupas e brinquedos não cortantes. Para os asilos, fraldas geriátricas e produtos de higiene pessoal (sabonete, shampoo, talco, perfume, desodorante, escova de cabelo, pasta dental, toalhinha higiênica etc.), além de bichinhos de pelúcia. “Os velhinhos adoram”, comenta a auxiliar de enfermagem aposentada Maria de Fátima Magalhães, 54 anos, a palhaça Amada, fundadora e vice-presidente da Clínica.
Segundo ela, até o momento, o grupo só conseguiu arrecadar 150 sabonetes e 50 toalhinhas para os idosos, além de 10 brinquedos. Para realizar o sonho de Natal de uma criança ou velhinho, a Clínica realiza mais uma vez o seu programa de apadrinhamento. Interessados podem “apadrinhar” uma das crianças ou idosos assistidos nos locais visitados pelo grupo, oferecendo roupas e calçados para a noite de Natal, podem entrar em contato com Amada. “Com R$ 60 em média é possível vestir uma criança ou velhinho neste Natal”, garante ela.
Amada também sonha com um presente de Natal para o grupo: um veículo próprio para transportar a sua “trupe” do bem. “Precisamos muito de uma van ou kombi, pois muitos voluntários acabam desistindo de participar, pois não têm condições de custear a própria passagem”, afirma Amada. Ela conta que a Clínica também recebeu convite para fazer a festa de Natal na Obra Social Dona Meca, em Jacarepaguá, mas para confirmar, precisa de ajuda de transporte, já que a maioria dos voluntários mora em Niterói e não possui carro.
Problemas ameaçam continuidade do trabalho
A “Clínica da Alegria – Valorização da Vida pelo Sorriso” completou uma década em outubro, com média de 6 mil pessoas atendidas por ano. Em 2012, o grupo deverá superar suas expectativas, com mais de 7 mil pessoas beneficiadas em suas visitas. A falta de estrutura, porém, ameaça o trabalho iniciado em 2001 por uma família de voluntários de Niterói (RJ). Além da falta de transporte, a maior dificuldade é de pessoas dispostas a doar seu tempo para as visitas do grupo. Atualmente, são cerca de voluntários que se revezam para visitar as instituições e comunidades, mas este número é irregular e não consegue “dar conta do recado”.
Amada esclarece que o trabalho é totalmente voluntário, já que a Clínica não conta com ajuda oficial ou patrocínio de empresas. Muito diferente de outros grupos do gênero, que, segundo ela, remuneram os "voluntários" participantes, como o conhecido Doutores da Alegria, que conta com patrocínio de grandes empresas.
Para realizar suas atividades o ano todo, a Clínica conta com a ajuda de amigos e colaboradores. Uma das fontes de doações é o grupo Festa e Solidariedade, formado por executivos e profissionais liberais de diferentes áreas, que há sete anos promove festas periódicas no Rio para arrecadar doações para diversos projetos sociais. A mobilização é feita pela internet, em correntes de solidariedade por email ou em redes sociais, como Facebook e Twitter.
Outra fonte de arrecadação é a venda de souvenirs com a logomarca da Clínica da Alegria, como sabonetes, camisetas, canecas, mouse pads e calendários, nos eventos dos quais a Clínica participa. É num apartamento cedido por uma amiga de Fátima Amada, no Centro de Niterói, que a Clínica da Alegria agora tem se concentrado e realizado suas reuniões. O local também serve de depósito para as doações, que são coletadas pessoalmente por Amada, com ajuda dos voluntários.
Para conhecer mais o trabalho da Clínica da Alegria, marque uma visita à sede ou acesse www.clinicadaalegria.blogspot.com. Interessados em ajudar o grupo ou se tornar voluntários podem se informar pelos telefones (21) 2717-5367, 9522-1507 e 9733-8718 ou pelo email clinicadaalegria@gmail.com. Para doações em dinheiro, o depósito pode ser feito na Caixa Econômica - agencia 0174 - conta corrente 001.506-2 - Maria de Fatima Magalhães Cabral.
Agenda da Clínica da Alegria no mês de Natal:
Dia 03/12, às 14h – Casa de Repouso Aconchego – Rua Dr. March 170 – Barreto - Niterói
Dia 04/12, às 9h - Comunidade Fazenda Botafogo – Rio de Janeiro
Dia 10/12, às 14h - Casa de Repouso Santo Cristo, em São Gonçalo
Dia 16/12, às 14h - Hospital Antônio Pedro – Rua Marquês do Paraná 303 – Niterói
Dia 17/12, às 14h – Lar da Tia Beth – Del Castilho – Rio de Janeiro
Data a confirmar – Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho) – Fonseca – Niterói
Data a confirmar – Obra Social Dona Meca – Jacarepaguá – Rio de Janeiro
Mais informações sobre a Clínica da Alegria – Valorização da Vida pelo Sorriso
Blog: www.clinicadaalegria.blogspot.com
Facebook: Clínica da Alegria
Twitter - @clinicadalegria
Contatos: clinicadaalegria@gmail.com
(21) 2717-5367 // 9522-1507 // 9733-8718
Informações para a imprensa:
Rosayne Macedo (MTB 18.446)
(21) 8117-7187 – rosaynemacedo@taocomunicacao.com.br
Saiba mais sobre a Clínica da Alegria
Fruto de uma vida inteira dedicada ao trabalho voluntariado, a Clínica da Alegria é o principal projeto da ONG Ação Beneficente Sorriso e Vida (ABSV), fundada por Fátima Magalhães, a Amada, com a ajuda dos seus filhos, Fernanda (a palhaça 'Kika Trumbica') e Vinicius (o palhaço 'Boni, de Bonitinho'). A ideia de criar a Clínica surgiu após mãe e filha assistirem ao filme Patch Adams - O Amor é Contagioso, que conta a história real de um paciente que se torna médico de uma instituição para doentes mentais e utiliza métodos nada ortodoxos de tratamento.
"Nossa proposta, além de promover brincadeiras, é levar uma mensagem de alegria, otimismo, esperança e carinho, que ajude os doentes a lidar com sua própria dor", explica Amada. Durante as visitas, os voluntários não apenas brincam e divertem crianças, adultos e idosos carentes ou enfermos, como distribuem alimentos, roupas, kits de higiene, fraldas infantis e geriátricas, entre outros artigos.
Além da agenda de visitas regulares, a Clínica da Alegria promove festas temáticas dentro das instituições em datas especiais como Dia das Mães, dos Pais e das Crianças, Páscoa, Festas Juninas e Natal, quando também distribuem brinquedos, chocolates e outros presentes. Atualmente, a Clínica é presidida atualmente por Fernanda, atriz e enfermeira, que coordena os testes e os treinamentos dos novos voluntários da Clínica.
Treinamento usa técnicas de teatro
Vida de palhaço não é só festa e diversão. É preciso estudo e dedicação. Afinal, “seja qual for o caminho escolhido, mesmo o de palhaço, a pessoa tem que estudar muito”, já dizia Renato Aragão. Assim, os novos voluntários da Clínica da Alegria devem passar por testes e um treinamento de dois meses, que envolve desde noções de teatro até técnicas de lavagem das mãos para evitar infecções durante o contato com os pacientes.
O teste para novos voluntários é baseado em dinâmicas que trabalham com emoções e interpretações. “Se a pessoa sabe trabalhar ou controlar as suas emoções, vai se tornar um pouco mais fácil em trabalhar com a dos outros. Nem todos têm estrutura psicológica para entrar num hospital, tocar um doente. É preciso testar as emoções para aprender a lidar com o outro”, explica a palhaça Kika Trumbica, ou melhor, a atriz e enfermeira Fernanda Magalhães, presidente da Clínica da Alegria. Formada em Artes Cênicas, é ela quem ministra as aulas de técnicas de teatro para os novos integrantes do grupo.
“Quem entra no projeto deve saber que vai doar mais do que receber, mas a nossa maior recompensa é o amor com que as pessoas nos recebem”, complementa. O grupo também oferece apoio psicológico aos voluntários, para ajudá-los a enfrentar a dura realidade do ambiente hospitalar. Este atendimento é prestado pela psicóloga e também voluntária Ana Paula Lettieri. “Há casos em que um paciente vai a óbito enquanto estamos divertindo os colegas da enfermaria. E aí temos que manter o sorriso e a alegria para evitar que outros doentes sofram ainda mais”, conta Fernanda.
Requisitos para ser um palhaço-voluntário
Para ser um palhaço-voluntário da Clínica da Alegria não há restrição de profissão ou idade. Basta ser responsável, passar no teste, estar disposto a trabalhar em grupo e entender as atividades a ser desenvolvidas. “O resto vai aprendendo com o grupo”, ressalta Fernanda. É necessário ter disponibilidade para o trabalho voluntário pelo menos um dia na semana (exceto aos domingos), das 13 às 18 horas.
O grupo trabalha em sistema de escala, sempre contemplando o dia que o voluntário tem disponível. Durante o treinamento, os participantes assistem o vídeo “Terapia do Riso”, um documentário preparado por estudantes da Universidade Carioca (Unicarioca) que conta a trajetória do grupo. Também são desenvolvidas algumas “atividades-surpresa”.