Mau humor faz mal à saúde
Rabugice pode ser patológica quando atinge as pessoas sem razão aparente
Incidência é maior entre as mulheres
“Há outro aspecto cultural muito interessante: as mulheres se sentem mais à vontade para se queixar de crises de choro e depressão do que os homens. Eles tendem a se segurar mais. É como se pensassem que homem que é homem não pode ficar deprimido”, analisa.
Na maioria das vezes, os distímicos procuram atendimento médico mais por pressão da família do que por iniciativa própria. “Raramente, um distímico se reconhece como tal”, pondera o psiquiatra, acrescentando que o tratamento consiste em conciliar medicamentos antidepressivos com sessões de psicoterapia. No Rio, o Instituto de Psiquiatria da UFRJ, situado na Urca, oferece tratamento gratuito.
PROBLEMA CAUSA ATÉ QUEIXAS FÍSICAS
Isolamento social, distúrbios familiares e queda no rendimento profissional. Esses são alguns dos riscos que os distímicos correm se não receberem atendimento especializado. “Cerca de 80% dos distímicos sofrem de depressão leve. Na maioria dos casos, eles procuram orientação para a depressão e, durante o tratamento, descobrem que são portadores de distimia”, afirma Nardi.
Outro risco inerente à distimia, ressalva Nardi, é o de desenvolver dependência a drogas, como álcool e calmantes. Além disso, muitos portadores de mau humor crônico desenvolvem hipocondria. “Nestes casos, são freqüentes as queixas físicas, como mal-estar, enxaqueca e indisposição gastrointestinal”, descreve ele.
Para o psiquiatra, certos artifícios, como praticar atividades físicas, recorrer a sessões de massagem ou ouvir música relaxante podem surtir efeito contra crises de mau humor, mas são ineficazes quando o quadro é de distimia: “Em caso de dúvida, o melhor a fazer é procurar orientação médica