"Seja qual for o caminho escolhido, mesmo o de palhaço, a pessoa tem que estudar muito. " (Renato Aragão)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mau humor faz mal à saúde?


Mau humor faz mal à saúde

Rabugice pode ser patológica quando atinge as pessoas sem razão aparente

Rio - Se você é daqueles que resmunga porque o dia amanheceu chovendo, mas também reclama quando está quente demais, cuidado: você pode sofrer de distimia — um transtorno psiquiátrico que afeta até 5% da população mundial. Segundo o psiquiatra Antônio Egídio Nardi, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a distimia pode ser explicada como aquele mau humor crônico e sem motivo aparente.

“Não é qualquer um que pode ser considerado distímico. Há quem fique mal-humorado porque o trânsito está parado ou porque está sem dinheiro. Já o distímico reclama até de ganhar na loteria. Ele vai ficar triste com a possibilidade de ser seqüestrado a qualquer momento”, observa Nardi.

Segundo especialistas, a baixa auto-estima, a sensação de fadiga e um pessimismo crônico são apenas alguns dos sintomas de quem sofre de distamia. “O distímico acredita que nada vai bem, mas também não faz nada para mudar o que julga estar errado. Por mais que se esforce, faz tudo por obrigação e não sente prazer em nada”, descreve a psiquiatra Fátima Vasconcelos, da Santa Casa da Misericórdia.

Incidência é maior entre as mulheres

Um dos mistérios que intriga especialistas é o fato de que, segundo estimativas, a incidência de distemia é maior entre o público feminino. A proporção é de três mulheres distímicas para cada homem com o mesmo transtorno. Na opinião do psiquiatra Luiz Alberto Hetem, da AssociaçãoBrasileira de Psiquiatria (ABP), a variação hormonal do organismo feminino pode ajudar a explicar a desvantagem.

“Há outro aspecto cultural muito interessante: as mulheres se sentem mais à vontade para se queixar de crises de choro e depressão do que os homens. Eles tendem a se segurar mais. É como se pensassem que homem que é homem não pode ficar deprimido”, analisa.

Na maioria das vezes, os distímicos procuram atendimento médico mais por pressão da família do que por iniciativa própria. “Raramente, um distímico se reconhece como tal”, pondera o psiquiatra, acrescentando que o tratamento consiste em conciliar medicamentos antidepressivos com sessões de psicoterapia. No Rio, o Instituto de Psiquiatria da UFRJ, situado na Urca, oferece tratamento gratuito.

PROBLEMA CAUSA ATÉ QUEIXAS FÍSICAS

Isolamento social, distúrbios familiares e queda no rendimento profissional. Esses são alguns dos riscos que os distímicos correm se não receberem atendimento especializado. “Cerca de 80% dos distímicos sofrem de depressão leve. Na maioria dos casos, eles procuram orientação para a depressão e, durante o tratamento, descobrem que são portadores de distimia”, afirma Nardi.

Outro risco inerente à distimia, ressalva Nardi, é o de desenvolver dependência a drogas, como álcool e calmantes. Além disso, muitos portadores de mau humor crônico desenvolvem hipocondria. “Nestes casos, são freqüentes as queixas físicas, como mal-estar, enxaqueca e indisposição gastrointestinal”, descreve ele.

Para o psiquiatra, certos artifícios, como praticar atividades físicas, recorrer a sessões de massagem ou ouvir música relaxante podem surtir efeito contra crises de mau humor, mas são ineficazes quando o quadro é de distimia: “Em caso de dúvida, o melhor a fazer é procurar orientação médica


*fonte o Dia on line 05/11/2008

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